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Poesias-->RÚTILA ESPERANÇA -- 11/09/2003 - 10:09 (MARIA HILDA DE J. ALÃO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pensava em não amar, nunca...

Ser livre, falcão em rocha alpestre,

A cercar indefeso pássaro silvestre,

Ser folha levada por forte sudoeste.

Em escapar do amor, tornou-se mestre,

Jogador de vidas em mesas de espeluncas,

Rapina que afia e abre as garras aduncas,

E, em rasante, prende a caça terrestre.

Banqueteia-se, e na boca fica um gosto amargo,

E um sorriso triste a bailar no rosto largo,

Desse homem que o amor excomunga.

Solitário no leito sente-se ave morta,

Ciente de que, com ele, ninguém se importa,

E, para disfarçar a dor imprecações resmunga.

Frio no exterior tem no peito guardada,

A secreta chama de rútila esperança,

A volta da mulher que tem na lembrança,

E que, por ele, foi um dia mui amada.



11/09/03.











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