LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Medo de Amar -- 19/09/2003 - 02:58 (Ana Paula Sardinha) |
|
|
| |
Creio que o amor
Seja de todas,
A coisa mais procurada e almejada por todos
Que todos os homens
Ainda que inconscientemente,
O procurem desesperada e ardorosamente.
Mas o amor que realmente desejamos
Talvez chegue a ser simplesmente um sonho utópico
Ansiamos por um amor que venha pronto
Que não traga junto de si o medo, a ansiedade, a angústia...
Algo certo, concreto, afastado de qualquer suspeita ou dúvida.
Que nos traga plena felicidade e alegria
E jamais, jamais nos faça sofrer!
Mas seria isso possível?
Não acredito que o seja
Afinal, é um sentimento que independe de apenas nós próprios.
Quem ama necessita, obviamente, de um ser amado
Mas como ter a certeza plena e absoluta de se ser correspondido?
Jamais poderemos controlar
Ou asseverar quais são os reais pensamentos e objetivos que pairam na cabeça de outrem.
Buscamos nos olhos, em cada pequeno gesto, em cada ato, em cada palavra
Algo que nos desvende os verdadeiros sentimentos do outro.
Mas como sabê-los plenamente?
Assim como queremos, sem dúvida alguma?
Primeiro sentimo-nos eufóricos
Uma alegria imensa parece transbordar por nossos corações.
O sentimos palpitar, as mãos gelar, a face enrubescer
Tentamos disfarçar,
Ainda que saibamos ser futilmente.
Mas como saber em que tudo isso vai dar?
Como saber se o gozo logo não se transformará em dor, perda e sofrimento?
Aí vem o medo,
Como saber?
Como ter certeza sobre algo que foge ao nosso controle?
É então nessa hora,
Que muitas vezes sentimo-nos perdidos e impotentes!
Temos medo do sofrimento, da dor, da perda,
Muitas vezes da perda de algo que nem sabemos se de fato já possuímos.
Mas desejamos e sentimos,
Algo tão forte e grande que se torna difícil de explicar
A vontade de agarrar, tomar ao ser desejado
Saber, ter certeza de que conosco o teremos para sempre
Que chegamos, finalmente ao fim de nossa busca,
Que conquistamos e o teremos para sempre!
Mas a dúvida,
A dúvida é inevitável
E o medo muitas vezes torna-se doentio
Fazendo com que justamente por ele
Percamos o que tanto tememos perder.
Aí percebemos
Que temos medo de amar
Pois não gostamos de estar fora do total controle das coisas
A dúvida nos perturba
A possível perca nos apavora
E muitas vezes acabamos desistindo de ter
Para não correr o risco de perder!
Algo incoerente, mas real.
E geralmente não nos damos conta disso
Traímos a nos próprios e acabamos por depositar toda a culpa no infeliz do destino!
Eu amo, ao menos creio que sim,
Mas temo,
Temo ao futuro incerto,
Temo a novamente sofrer,
Temo a perder o que nem mesmo sei se possuo
Temo não possuir o que creio já ter
Temo ao próprio amor
Ao mesmo tempo que o desejo
Como todas as forças de minh alma e de meu ser
Temo não ser a amada de meu amor
Temo que não seja real
Temo não ter encontrado, o que acredito já obter.
Temo! Temo ao próprio temor!...
|
|