O espelho revela nossos corpos nus, ávidos de desejos, a buscar por entre os lençóis à necessidade bruta de um prazer, cuja boca obcecada, em tom vinho sangue beija profanando o mundo, despertando o imundo na alma serena, toda urbana.
Mulher fantasia obsessiva do meu leito, onde as mãos são escravas, onde o amor é peregrino, onde as vontades se devoram, onde a luz solta se deixa morrer lentamente no colo da escuridão, a bem do querer, a bem dessa força, que usa a hora, o calor e a solidão do quarto, pra unir os nossos corpos cansados a voz gemida, descompassada, entre a dor e a paixão, um brado retumbante de emoção.