Ouço vozes nas vozes das lágrimas, em sangue, dos verbos de Alves, ouço a noite e a rede embalar soturna aquela criança negra sem esperança de dias melhores.
Ouço vozes na praça de qualquer rua,
Vejo passar o povo na televisão,
Ouço ainda alguns atores, que verbam nos palanques, promessas sem vão.
Ouço vozes da história e vejo na escuridão que a lei quer contemplar da miséria, os homens que um dia com as suas mãos ergueram cidades, e hoje nem tem lar pra morar.
É de ficar na janela, pois pode ser mais um chavão.
Basta lembrar a Constituição. Temos uma perfeição, que não nos garante Educação. E a qualidade de vida é apenas apelação.
Parece, até que estamos voltando à escravidão...
Os operários trabalham com uma série de irregularidades no cartão, os nossos idosos são tratados como cãos e como se não fosse tudo, o povo vive pelas ruas mendigando soluções.
Ouço vozes na praça quinze, me parece solidão.
É um menino e uma menina, sem pai, mãe ou Estado que lhe dê carinho e proteção.