Enquanto os meus olhos vislumbrar na cidade essa miséria bruta.
Essa desigualdade absoluta.
Sou prisioneiro da sanidade curta,
Somos os homens, cuja hipocrisia come.
Somos os cavaleiros, cuja luta sangrenta consome.
Criança, tu ainda és a esperança, que eles teimam em matar.
Estou nesta estrada, vendo as entranhas da vida se perderem na cama, se perderem num bar, se perderem numa praça qualquer.
Reclamo pelos cantos, reclamo pelas ruas, mas não faço nada. Pois sou amordaçado pelas dúvidas,que são minhas e tua.
Aos nossos olhos, todos os dias, a dor é nossa senhora,ainda assim, o senhor é o nosso egoísmo.
A agonia o nosso patriotismo, o marasmo o nosso mentor. E o Estado, hoje o nosso maior temor.
Precisamos abrir e ver os olhos, com os olhos.Ajoelhar e agradecer...ser for preciso morrer, pra essa terra nascer de novo.
Não precisamos ser insanos, só precisamos voltar a ser humanos.
Homens, acordem,
Deixem de cobiça,
Deixem de coisas, deixem essas coisas.
Abram o coração ,
Aliviem os pés e as mãos. Vamos,outra vez ser inocentes.Desenhar o sol, rir a toa , pra que o dia não acabe cinzento demais.Pra quem sabe no próximo amanhecer, além do sol, da flor orvalhada à beira do caminho e do sorriso simples possamos, ao menos, ter a coragem em dizer, pra alguém : Te amo!