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Poesias-->O VELHO E A MOÇA -- 09/10/2003 - 15:11 (DANIEL CARRANO ALBUQUERQUE) |
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A moça aos olhos do velho
Os olhos da moça pro velho
São luzes de outra era
Que não volta
É uma quimera.
Séria, desfila charmosa
Rua abaixo, vaidosa
Daquele ancião, distante
Que não viu, não foi bastante
Não parou, nem um instante
Boca, cabelos, seios
Lhe inspiram devaneios
Invadem seu pensamento
Entram sem consentimento
Não lhe provocam receios
O homem já não enxerga
Esse velho não se enxerga!
Na verdade apenas sente
Na adiposidade presente
E no perfume que pressente
No tato que da memória
Lhe renova toda a história
De sua vida de amante
Nem um pouquinho pensante
Intensa, alegre, errante
De cores, flores, odores
Prazeres, risos, amores
Canções, beleza, paixões
Flamejantes corações
Pra viver eram razões
Menina, não se aborreça
Ainda que lhe pareça
Que de atrevimento padeça
Aquele senhor velho à beça
E ainda que não mereça
Sequer um sorriso, um aceno
Que seja ao menos ameno
O olhar pra que aquele sofrido
Na dança do tempo perdido
Das lembranças possuído
Reviva todo o encanto
De alegria ou de pranto
De cada aventura vivida
De cada paixão recolhida
Cada graça recebida
No passado em que vivia,
Todo tempo, todo dia
De paixões e de poesia
De luxúria e boemia
De arrojo e ousadia
Você é o espelho somente
Do fundo daquela mente
De imagens que há tempo guardadas
Carecem de serem afloradas
Vividas, cuidadas, amadas
Outubro de 2003
Daniel Carrano Albuquerque
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