Adolescente os meus movimentos não sossegavam, fervilhavam como pavios.
A casa parecia uma sela, o cio parecia uma vela... enfim sai.
No meio do nada, procurei outra casa, caminhei sozinho, caminhei com um amigo.
Volta e meia, meia volta, tudo o que tínhamos pra fazer pariu, acabou.
Voltando pra origens...a caminho da casa ele viu a luz, e por pouco se salvou.
Eu não vi a luz, talvez por isso, fui eu quem pagou.
Fui ao céu e o chão me achou.
Senti o rasgo,
senti o inferno,
senti a dor.
A carne cortada de minha pele desceu em sangue por toda a rua, correu do asfalto ao pavor de quem assistia.
Mães gritavam,
Crianças não entendiam, enquanto o culpado fugia.
O culpado escapou.
Por não morrer, fiquei com a cicatriz da covardia de um homem, sob a impunidade da lei.
Hoje já não sinto lembrança, mas sei que há matança no corredor das ruas da cidade. Inclusive um dos meus amigos foi morto...eu o enterrei, bem como, com muitos chorei.
Ah! Se não fosse a hora de tudo e de todos, nós dois já éramos, mais um caso contado do trânsito.