LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->As Brumas que me Cercam -- 07/10/2000 - 23:21 (Fernanda Guimarães) |
|
|
| |
As Brumas que me Cercam
Com a boa fé dos imprudentes
naveguei com a lanterna na popa...
E com a ousadia dos sonhadores
inflei minhas velas
Elevando na ventania que bramia
Os desejos que em meu peito explodiam
Parti, rumo à escuridão à minha frente...
Ignorando as dores que rugiam
Nos arrecifes que circundavam meu peito
Rumores gemiam a boreste,
Noites tenebrosas em que acordei
Invadido pela solidão das águas
Que se deixavam embalar e musicar
Pelo canto de sereias a bombordo...
Vapores exalavam da escuridão do oceano
Cúmplices ao silêncio que tremia
Realçando essa noite sem luar,
Estrelas sequer me acompanhavam
Naquele céu gris e ermo a soluçar
Gemidos nos estai e nos traquetes,
Testavam minha estranha fé
Que, mesmo deitando óleo à polé,
Duvidava da fortaleza do cabrestante.
Cansado, o casco insistia em ranger
Chiando ao assalto de cada vaga mais afoita:
Em vez de âncora, uma poita
tentando resistir ao navegar...
E essas brumas ao meu lado,
insatisfeitas,
Engolem-me em golfadas,
Satisfeitas,
Lavando meu convés, impunemente,
Brincando com a boa fé dos imprudentes...
© J. B Xavier e Nandinha Guimarães
Em 07.10.00
|
|