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Poesias-->SONETO BELICOSO -- 17/11/2003 - 15:55 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SONETO BELICOSO

lílian maial





Esse olhar de fuzil a metralhar,

hoje terno, amanhã apedrejante,

hoje doce, amanhã dilacerante,

armamento que eu devo recusar.



Como a presa, de instinto singular,

sabe o som da armadilha verdejante,

eu pressinto o perigo latejante,

que essa boca anuncia sem falar.



Perdição pendurada por um fio,

tão fininho e tão frágil calafrio,

espocando qual fogos de artifício.



Calejada de espinho e danação,

bem melhor resistir à tentação,

que deixar-me lançar no precipício.





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