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Poesias-->opositivas estranhezas (Para Guilherme Augusto Meyer) -- 07/12/2003 - 22:07 (Augusto Luciano Meyer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
morrer é estranho

viver é estranho

tanta estranheza em tão pouco espaço



morrer porquêpraquê,

viver praquêporquê,

se o espaço pouco se faz presente?



muda rumos

destoa tons cancionais

mostra-nos o quanto não se deve perder contando o [tempo



o tempo é o inimigo

ele sim é estranho

se faz amigo de início

depois te envelhece sem sacrifícios



fato é que não se pode ser jovem sempre [externamente



morro em cada segundo que passa

para não lembrar que a velhice se achega [sorrateiramente

e quando morro vivo

pois a juventude permanece intacta latente [veemente em triunfo interno



sorrio porque me resta sorrir

choro ao sentir a tristeza do mundo

sorrio novamente porque a tristeza não dura muito

deixo de chorar para viver a minha vida escolhida



deixei de pensar na morte

ela é um estigma que nos leva a outra vida [desconhecida



deixei de pensar na vida

vivê-la significa não-pensar



alguém me doutrinou a mensagem do UM:



não-ação não-pensar coisa-nenhuma em lugar-nenhum

esse é o obstáculo sem precedentes nem posteriores



mas estou sem pernas



o objetivo não é pular

é voar sobre ele



meus anos carecem de compreensão

sexagésima seja as vezes e outras mais

que eu sorrir e viver eternamente onde deixei [meus pensamentos





(o poema é dedicado ao meu pai Guilherme Augusto Meyer.)
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