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 | Poesias-->MENDIGOS -- 10/12/2003 - 20:31 (DANIEL CARRANO  ALBUQUERQUE)  | 
	
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  Mendigos são os mesmos
  A todo lado, a todo tempo
  Cinzentos, rugosos, sujos
  Farrapos, sacos, embrulhos
  Barbudos, cabelos sem pente
  Pés sem botinas, barbantes
  Seguram seus trapos cujos
  Rasgos exibem indecentes
 
 
  Partes de um corpo podre
  E podre é a alma vadia
  Que ora ri, que ora chia
  Seja noite, seja dia
  Pra mendigo não tem hora
  Não tem lugar, nem assento
  Não tem cama, vive ao vento
  Vive porque implora
  A esmola é o sustento
 
 
  Que segura as pernas ralas
  Que cruzam com os passantes
  Enojados que se afastam
  Apressados, pois trabalham
  Gente séria que despreza
  Os loucos andantes errantes
  Que sorriem, entretanto
  Bocas feias, negras, ralas
  Exibem-se provocantes
 
 
  Mendigo sempre existiu
  Sempre o vi, desde pequeno
  Lá está um a cantar
  Outro a rir, outro a pular
  Um  maluco a caminhar
  E um outro só a falar
  Mas nunca os vi chorar
  Estão em todo lugar
  Nas calçadas, nas escadas
  Das igrejas maculadas
  São loucos ou sábios são?
  Seriam talvez uns anjos
  Disfarçados são ou não?
  Pra mostrar ali estão
 
 
  Que são também miseráveis 
  Nossas vidas reles vidas
  Que tocamos sem saber 
  Pra que servem nossas lidas
  Que são também negras, sujas
  Nossas almas egoístas
  Agarradas a que, não sabem
  Perdidas não sabem aonde
  Guiadas por falsas metas
  Movidas não sabem pr’onde 
  Mendigos são só o espelho
  De nossas mentes malditas
  Verdades de nossas mentiras
   
  Dezembro de 2003
  Daniel Carrano Albuquerque
  E-mail: notdam@bol.com.br
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