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Poesias-->O homem que sorria e as conjecturas da falha -- 17/12/2003 - 14:49 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O homem que sorria está congelado no desaparecimento.

O seu sorriso de ontem tolo fotografado

Permanece no álbum e acontece em noites de sonho.

Somos um pouco dessa tragédia filosofada,

Aspectos conjecturados, emoldurados e risonhos

Pelos quilômetros de passado de uma vida cismada.

Há o apogeu e o cataclisma, há o aprendizado,

Mas não somos o espírito santo.

Falhamos no trabalho, no amor, na amizade,

Uma falha fagocitosa que vai aumentando

Ao passo que digere o mundo.

Essa falha de dentro é uma falha tão cancerosa

Que a bomba ainda não inventada, portanto, a mais poderosa,

Não possui os megatons dessa falha que transmitimos.

Por isso amamos as mulheres de nossas vidas

E amamos também a mulher desconhecida

E a que conheceremos amanhã,

Na rua, no supermercado, no trem, no trabalho.

Por isso fazemos juras de joelhos a espelhos de felicidade

E trocamos as nossas vidas pela incerteza da miragem.

As conjecturas da miragem nos prometem certezas virtuais

Alimentos vitaminados para a falha engolidora que há em nós.



Por isso foi no tempo o homem que sorria

Múmia retumbante dos tempos de alegria

Homem-elefante mastodonte-alegoria.



A falha é uma ponte do que fomos ao que seremos,

Ela governa a manada danada que vai por aí

Neste instante.

Eu e você, amigo, estamos na manada

E na manada namoramos, casamos, geramos, morremos.

Com a bússola da vida doida nas mãos, seguimos.

A decisão é nossa e a falha está escondida nela,

De apertar ou não o botão da bomba-H

Ou de simplesmente esquecer e ir dormir.

Ontem para sempre se foi, amanhã pode ser ou não ser

Talvez nunca amanhã será.

Nós ficaremos, pode ter certeza, qualquer que seja

O resultado da decisão nobre ou canalha.

Seremos solitários ou amados,

Mas seremos sempre e absolutamente

Seremos sempre e terrivelmente

o resultado da nossa falha.

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