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Poesias-->O BOÊMIO -- 18/12/2003 - 14:57 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O boêmio vai nômade

carregando a casa no peito.

Cigano sem religião,

cigarro a varejo nas mãos

o dono do bar é o seu prefeito

eleito

pelo benefício do fiado.

Nesse dia é feriado

o boêmio engarrafado

canta um fado

e segue

ziguezagueando

andando

pelas calçadas do subúrbio

como se seguisse um mapa decorado,

uma prece,

placas invisíveis

e uma voz murmurada...

Vai tal cego sem bengala

ante a freada brusca

do automóvel incauto.

O motorista esbraveja

o boêmio boceja

bafo

de cachaça e cerveja

e continua a caminhar na rua

sem escutar os palavrões

e o estrondo dos trovões

sob a chuva.

O mundo desorganizado do boêmio

a sua noite de luar, a sua manhã de sol

só ele entende.

Na carteira sem Real

do boêmio fulano de tal

está guardado o retrato dela

que não era Amélia mas que um dia

cuidou do boêmio que sofria

e foi sua mulher de verdade.

Ela está longe e já é tarde,

o último bar anuncia

o epílogo da noite vazia,

ao entardecer das portas ao chão.

Pobre boêmio sem saideira

ameaçado pela sobriedade da razão.

Boêmio sem eira nem beira

sem dinheiro na carteira

e sem violão,

que a escuridão já não esconde

o terno sujo amassado,

boêmio cheio de pecado

vê se dorme e não acorda mais.

Viva o sonho da nostalgia

dos tempos de alegria

antes da sede que chega e ataca,

fulana ingrata,

maldita sede

seca

da ressaca.





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