LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Balada de um louco -- 21/12/2003 - 17:12 (DiAngellis) |
|
|
| |
Dorme, meu bébé
Enquanto os soldados cavam o seu túmulo
Enquando crianças como tu
Andam, lá na India
A apanhar frio no cu
Dorme, meu bébé
E pensa que quando fores maiorzinho
Has de ter o teu quinhão
De cabrãozinho
Dorme, meu bébé
Enquanto o mundo trabalha para ti
Enquanto outros bem maiores do que tu
Cheiram que tresandam a chichi
Enquanto uns matam e outros chulam
Enquanto uns de indignação pulam
Enquanto uns se lavam e outros secam
Enquanto uns batem e outros bulem
Acorda, meu bébé
Amanhã é o dia do catarro
Enquanto os teus velhos dormem
Nós vamos acender um charro
Dorme, meu bébé
Um dia has de ter um carro
Para te estampares numa valeta
E ficares maradinho da pinha
Para que os pseudo escrupulosos
Te chupem a carne até à espinha
E aos ossos
Para te meterem num gaveto
Para te roubarem o esqueleto
Para aulas de anatomia
Para que, de resto, sem razão
Te roubarem até o caixão
Para enfim ficares depenado
E tudo o que tinhas foi legado
À comunidade dos mostrengos
Mas agora eu estou ao teu lado
Tu dormes e curtes sem falar
E eu estou para aqui especado
Tenho é de me por a andar
E isto, bébé, é uma doença
Que todos contraímos à nascença
E, enfim, não há nada que a vença
Dorme, meu bébé
Até amanhã, és uma jóia
Voltarei, bébé
Para continuarmos esta paranóia
DiAngellis |
|