O silêncio anota na brisa o deslizar do pássaro de ferro, enquanto o relogio da cozinha, com insônia da noite passada, aponta ao calendário...É noite de lua cheia.
Na janela do infinito, lá no horizonte fúlgido, as dores parecem ficar em paz.
Eu me sigo deserto,
Eu sigo anticerto...Eu te digo, daqui de cima, que tudo aí em baixo está tão perto, tão próximo do colo, tão solo e nós teimamos, talvez por natureza, que a vida tem que ser dos desiguais.
Na imensidão do azul, não vejo a cor do nu, não vejo as cercas que retem os quintais, não vejo barreiras.
O amor é que vale mais, pois parece ir por cima, por dentro, por fora e não há na terra quem do mal se faz.