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Poesias-->Inspiração -- 07/01/2004 - 17:01 (Roberto Cursino de Moura) |
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Eu estava muito triste,
Pra lá de borocoxô,
Um tanto melancólico
Meio desenxabido,
Vivendo meditabundo
Nesta aflição premente
Pensei na lua crescente
No mar onipotente
Numa estrela cadente
Em tudo quanto é ente
Mas nada mudava
Quanto mais eu pensava
Mais triste eu ficava
Meu corpo lembrava
Chama que apagava
Tudo estava perdido:
Minha imaginação criadora
Meu entusiasmo artístico
Minha veia poética
Minha inspiração!
Então, desesperadamente,
Saí por aí
Fui à luta
Busquei, procurei,
Até que...
Plantei um pé de inspiração
Mas não lhe dei atenção
Seus frutos não vingaram,
Dos galhos despencaram
E apodreceram no chão
Olhei para o céu
Que estava carregado
De chuva de inspiração
Mas como estava gripado
Não esperei cair, não!
Andando pelas ruas
Achei uma carteira
Cheia de inspiração,
Pensei que fosse dinheiro
Gastei sem hesitação.
Num botequim de esquina
Pedi para me servirem
Coquetel de inspiração,
Tomei um grande porre
Até perder a razão.
Pus anúncio no jornal
Com letra bem grande e preta
“Compro inspiração,
pago bem”
Mas não a vende quem a tem.
Depois de tudo isso
Se eu quisesse inspiração
O jeito era roubá-la
Mas, que vergonha!
Roubei e não pude carregá-la.
Como a inspiração não veio
Por mais que eu me esforçasse,
Joguei tudo para cima
Escrevi qualquer coisa
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