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Poesias-->à minha tia celeste -- 09/01/2004 - 21:27 (maria da graça ferraz) |
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À minha tia Celeste
gracias a la vida
Toda vez que ela chorava,
secava-se com uma esponja,
para não ferir a lágrima
mais do que já estava...
E depois, devolvi-a ao mar
Banhava seu corpo na praia,
em Copacabana,cabeça e pés,
batizava-se, diluía a dor
E voltava para casa
Carne cozida, salgada
A massa dos olhos crocantes
como uma crosta quente
As mãos fechadas
de trigos amassadas
Molhada ainda,
ia até a cozinha, onde bebia
refrigerantes,copos e copos,
desculpando-se com olhar vazio:
" Gosto de guaraná, porque mesmo frio,
está sempre em ebulição"
E corria para seu quarto
como quem fora de raspão
para sempre mordida
Só nestes dias,
eu conseguia achar minha tia
bonita...De uma beleza,
que eu não compreendia
Ela chegava do mar
Modelada, lavada,
com seus olhos torturados,
tão grandes como uma mão
estendida, a implorar
Só nestes momentos
ela conseguia ser por mim
amada de verdade
Profundamente
Sem a mínima piedade!
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