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Poesias-->Presente -- 21/01/2004 - 14:02 (Eurivo Ribeiro da Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje me fiz infinitamente triste,

meu esquecimento doentio

não te trouxe alegria,

afastou teu sorriso de meus olhos,

lançou longe o teu olhar de meu sorriso.



Passei o resto do dia a elaborar...

mas assim como o esquecimento veio,

as frases se foram

as imagens fugiram

ficou só o meu esquecimento.





Quando abro meus olhos

te vejo.

Quando fecho meus olhos,

te vejo.

Aperto os lábios

sinto tua boca.

Inspiro

sinto tua nuca.

Aperto

teus seios túrgidos.

Seguro forte

tuas pernas

Entrelaço

teus dedos.



Não sei como esqueci

você sempre tão presente....sempre...

Ah! meu esquecimento doente!



Para tornar a ver teu soirriso

procurei em Neruda o alento.

Não te dei presente

Te dei meu coração:



" Tenho fome de tua boca, de tua voz, teus cabelos

e pelas ruas vou sem me nutrir, calado,

não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,

procuro o líquido som de teus pés pelo dia.



Faminto estou de teu sorriso resvalado,

de tuas mãos cor de furioso celeiro,

tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,

quero comer tua pele como intacta amêndoa.



(Pablo Neruda em, CIEN SONETOS DE AMOR )"
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