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Poesias-->OS BARCOS -- 26/01/2004 - 16:58 (DANIELE MACHADO) |
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OS BARCOS
Hoje sinto como se algo muito grande fosse arrancado de mim,
Algo que não pode ser visto, não é palpável.
Hoje sinto uma dor imensurável no peito
e um vazio na alma tão intenso que ecoa.
Hoje foi o dia de minha redenção,
o dia em que fui contra vontade convidada a dar as costas ao meu maior bem: meu grande amor.
Meu amor me deixou pois embora me ame
prefere manter-se a distante.
Meu amor me deixou e por conta eu não consigo um instante sequer relaxar,
distrair minha mente,
pois constantemente em todo canto é sua voz que ouço,
é o cheiro do corpo que sinto,
é o prazer da alma que pressinto.
Mas hoje, em plena manhã de outono por imposição do destino
fui forçada a aceitar que definitivamente acabou,
e que meu mundo desabou.
De nada adiantaram minhas lagrimas que já não causam comoção.
Não adiantaram meus gritos, meus sussurros,
meus carinhos, meus murros contra a parede, nada.
As palavras mostraram-se vazias a quem ouvia.
Então, mediante ao trágico fim, só me resta dizer que me rendi,
E que estou exausta, exausta de tanto clamar, clorar, falar,
tentar convencer que tudo pode mudar, exausta.
Tenho febre, não durmo mais, comer já não o faço.
Estou doente e pra mim tanto faz.
Resta a mim enfim aceitar e aprender a controlar meu ciúme
ao ver meu amar se apaixonar por outro alguém que... não a merece. Resta aceitar de punhos cerrados,
olhos baixos, joelhos ao chão que tudo acabou.
Anos de afeto e confissões, de brigas e lamentações,
momentos em que crescemos e aprendemos,
que nos matamos e morremos...
Sinto-me como que acordando de um sono profundo,
deixando pra trás pesadelos e sonhos
que acabaram nessa triste manhã de outono.
Daniele Machado.
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