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Poesias-->ESTRADAS SEM RUMO E RIMA -- 31/01/2004 - 21:35 (adelay bonolo) |
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ESTRADAS SEM RUMO E RIMA
A todas as pessoas que dirigem sozinhas os carros de suas vidas...
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Milhões de quilômetros, ao volante, só!
Com ninguém reparti os insólitos cenários da natureza,
A reentrância sutil das sombras nas bocainas rugosas das montanhas,
O espetáculo da lua cheia amarelando
Repentinamente o topo das estradas!
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Em pensamentos,
Os livros que ditei e os poemas
Ao carona-interlocutor imaginário
Perderam-se nas curvas esquecidas e empoeiradas.
Ninguém os herdará!
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Em amores, amei todas as mulheres em diferentes idades.
Nenhuma, porém, devolveu-me o encanto.
Não dividi sentimentos e a ternura vazia se me tornou inútil!
Quem se lembrará dos meus beijos,
Quem chorará minha ausência!
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Imaginação!
Minha única companheira, fiel e derradeira,
Com quem fingi, fugi e me esqueci
Das agruras dos tempos,
Dos tempos do eu sozinho e solitário!
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Em família,
Meus filhos seguiram rumo diverso.
Não lhes comoveu a alegria que senti,
Nem se perturbaram com a inquietude
De meu espírito irrequieto!
Eu sozinho, solitário, na estrada da vida!
Os divinos acordes de Beethoven, Chopin e Mozart,
Meus companheiros,
De almas igualmente atribuladas,
Acompanharam-me sempre no meu eu solitário.
Foram-se cedo demais, coisa que não consegui!
— Eu sozinho, solitário, na estrada do infinito...
Adelay Bonolo
março/2002
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