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Poesias-->na salinha de costura -- 04/02/2004 - 01:16 (maria da graça ferraz) |
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Naquelas manhãs,
em que minha tia,
com paciência de mãos,
retirava as bolinhas
dos casacos de lã...
Naquelas manhãs frias,
que ainda gelam!
Quando eu, calada, permanecia,
ao seu lado, observando
seus dedos ágeis, alados,
tosarem as rugas
dos negros agasalhos,
como um compositor
corrige as notas de música
de sua partitura,
eu cantava o solo agudo
do meu silêncio
Naquelas manhãs,
na salinha de costura,
sobre minhas mãos,
bolinhas de lã acumulavam-se,
como molhos de chaves
Nas manhãs
sem máscaras
de leve maquiagem
quando a melancolia
me desfiava
e eu rangia
como uma porta
que bate sozinha!
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