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| Poesias-->SIRI NO SARAU -- 13/02/2004 - 18:11 (Benedito Generoso da Costa) |
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SIRI NO SARAU
Se eu sei
Que você sonhou
Só comigo
Então eu digo:
Só seu eu serei.
Só sabe tudo
O criado mudo
Pois toda noite
Ele vê tudo
E não diz nada.
Sei que não verei
O sol surgir
Se você sair
Do sonho
Que só eu sonhei.
Cismei que em cima
Da minha sina
Somente tinha
Uma sementinha
Sobre as cinzas.
Topei no tapa
Aquele cara
Que me encarou
Estapeei a cara
Do cabra que me tapeou.
O fogo na palha
Sufoca na fumaça
Quem passa na beira
E a poeira
Não sacode.
Saco de bode
Quem o sacode
Logo saca
Que esse saco
Só sacode.
O bode pode
Pular a cerca
Se quem o cerca
Não sabe ao certo
Como cercá-lo.
Cantarola o galo
Enquanto cala
A galinhada
E só ele canta
De madrugada.
O vento assoprou
Sua saia levantou
E levou sua bolsinha
Quase que vi tudo
De tudo que você tinha
O sobretudo
Que cobre o cabra
Nada mais cobra
Do quanto sobra
De abracadabra.
Sabiru sabe ler
Sabará escrever
Quem saberá dizer
Qual dentre os dois
Sabe ler e escrever?
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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