implico hoje, confesso, com essas letrinhas, tão cheias de si, e com sua mania de grandeza.
perceba se não estão, sempre, querendo ser o começo de tudo, estar à frente de tudo. vai ver as maiúsculas, esses tipinhos metidos a gente grande, sentem mesmo é inveja das pequenas, estas sim, tão delicadas. e que nem precisam estar à frente de qualquer coisa para serem vistas, lidas, percebidas. veja como elas, as pequenas, mesmo reunidas aos montes em grandes algazarras, estão sempre a sussurrar, a sibilar entre linhas.
mas, pensando bem, as maiúsculas são mesmo como gente grande. já as minúsculas são crianças. maiúsculas são adultas, pesadas, definitivas, concretas. minúsculas são vontade de estar junto. maiúsculas são solitárias. e quando raramente se juntam, começam logo a gritar. minúsculas sorriem, e são leves, e são cúmplices, amigas. até mesmo por necessidade. pois dizem alguns, num preconceito absurdo, que elas são menores, e não devem ficar soltas por aí, brincando em ameaçadoras florestas de páginas em branco.
mentira. elas devem, mesmo, é romper de vez com as maiúsculas e tomar o controle do mundo das letras.
posso estar exagerando, como exageram os apaixonados.