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Poesias-->ÁRVORES DA VIDA -- 29/02/2004 - 21:50 (adelay bonolo) |
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ÁRVORES DA VIDA
Lembro-me como se hoje fosse. Era fedelho.
Minha mãe, já velhinha, no leito de dor,
Não queria partir sem me dar um conselho,
Que mãe nenhuma vê no filho um perdedor!
Segui-o. Plantei o que morrendo me pedia.
Segui à risca a receita que me prescrevera:
A árvore do amor plantei e a da alegria
E tudo o mais pedido na hora derradeira.
Também plantei a da esperança e a da riqueza,
(Apenas esta não constava do pedido),
E as reguei todas com ternura de criança,
A mesma que as mães dão ao seu recém-nascido.
Cresci. Cresceram. Algo, porém, com certeza,
Fiz de errado. Morreu primeiro a da esperança.
Também a da alegria se foi, mergulhada
No lago das águas de meus olhos. E pobre
Fiquei. Perdi tudo! E a do amor, estiolada,
Mais nenhuma esperança tenho que a recobre.
— Diga-me, mãe, por que é que tudo deu em nada!
Adelay Bonolo
março/2002
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