Este soneto nunca tinha sido publicado. Escrito há muitos anos, foi relido muitas vezes e, sempre que o reli, mudei-lhe o nome. Já o intitulei de VAGABUNDO, O OUTRO, O AUTO-RETRATO, etc. Agora fica «À minha imagem no espelho».
Já pensou que, das pessoas que tem o privilégio de conhecer você, você é a que menos se conhece? Já pensou que você nunca relamente viu os seus próprio olhos... e nunca os há-de ver... E que o espelho lhe dá uma imagem invertida? Foi um pouco a consciência deste auto-desconhecimento que inspirou o poema.