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Poesias-->AOS IMPERADORES ESCRAVOS -- 04/03/2004 - 18:16 (débora cristina denadai) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este peito que guarda dentro um coração,

carrega junto de si, por limitações físicas,

uma alma meio feminina.

Sim, apenas metade dela é mulher.

A outra metade encerra, por escolha,

uma parte que, muito embora masculina, quer

existir, ser-se, sem impor-se de forma que não tolha

aquela outra parte que deseja ser mulher.

Dos homens do lado de fora, em cujas almas

o estado masculino em que nasceram prevalece,

pouco ou nada sei reconhecer.

Sei deles apenas o que vejo: controle, distância, desejo.

Desejo de não se deixar ver, desejo de continuar a ser

aquilo para o que foram tão equivocadamente preparados:

senhores, patrões, governantes, imperadores temidos, não amados.

Controladores de tudo que lhes foge à compreensão,

atentos ao que é concreto, material e insensíveis ao que vem do coração.

Distantes daquilo que se lhes afigura abstrato, misterioso, nublado

e tão próximos do espelho quanto mais distantes do que lhes é amado.

Governantes preocupados com as necessidades básicas,

com os deveres prescritos em normas de conduta preconizadas ,

com as responsabilidades essenciais que ditam as regras impostas,

tão relapsos com o incomensurável, enorme desejo de quem se gosta.

Vigilantes incansáveis das obrigações a cumprir, das contas a pagar,

das agendas cumpridas à risca, do que lhes pesa nas costas.

Tão imperadores de tudo quanto deste mesmo tudo escravos laboriosos.

Tão sedentos, embora não saibam, de sentir o ar que lhes vai corpo adentro,

de sair às ruas como quem foge de casa, sem rumo e sem tempo,

tão necessitados de se descontrolar como pequenas crianças

quando se dão ao luxo da desobediência pelo simples fato de serem crianças...

Por estes homens é que mantenho viva esta minha masculina metade,

por esperar que em algum momento se lhes faça a vontade

de voar, de sonhar, de permitir-se, de viver sem imperar.

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