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Poesias-->21. O ESFORÇO DA DISCIPLINA -- 06/03/2004 - 08:04 (wladimir olivier) |
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Quem dera vir aqui com um poema
Feito de puro amor, tão-só virtude,
P ra bendizer de Deus, sem inquietude,
Agradecendo a vida, sem problema.
É preciso, porém, que tenha mais
Que simples desejar ineficiente:
É preciso ser mais do que excelente
E possuir os dons dos bens morais.
Mas vou tentando registrar uns versos,
Mesmo que sejam pobres e rasteiros,
Pois meus esforços dão aos companheiros
Clara noção que os males são perversos.
Um dia, hão de ter que escrever textos,
P ra demonstrar estarem bem no ponto
De oferecer ajuda, em contraponto
Dos argumentos dados em pretextos.
Aí, encontrarão algum amigo
Que vai agir mui terno nos ditados,
Fazendo com que surjam resultados
Das vibrações sutis — sem ser castigo.
Hão de lutar, por força do destino,
Porque imprimiram sempre ao triste carma
Cabriolas terríveis, sem alarma,
Cantando o amor em guinchos de suíno.
Disciplinar a mente dá trabalho:
Neste exercício, eu vejo claramente.
Mas, ao final, espero, não aumente
O saldo negativo porque falho.
Quando forem grafar os pensamentos,
É bom darem à prosa primazia,
Pois esta forma tensa da poesia
Só serve p ra aumentar os sofrimentos.
Um bom conselho venho dar de graça,
Que de graça alcancei dos meus maiores:
Jamais se tornem meros obsessores,
Que a pretensão do bem gera trapaça.
Eis-me aqui a dizer, exatamente,
Tudo o que ponho nestas linhas loucas,
Pois minhas dores não têm sido poucas,
Ao ver que sofre tanto este escrevente.
Desconsidera ele esta assertiva,
Pois seu trabalho — diz — é pioneiro.
Mas vou dizer-lhe eu que o companheiro
Precisa reformar a sua outiva.
Mexi com os leitores, com o médium,
Desafiei o prumo da poesia,
Mas não quero embotar a melodia,
Nem provocar revolta, medo e tédio.
Portanto, não aceitem este assédio,
Como fruto de simples arrelia.
Percebam, no final, toda a alegria,
Que não faz mal jogar o ludopédio.
Mas não quero deixar este meu posto
Com lágrimas no rosto de desgosto,
Por ter feito chorar os meus leitores.
Se tudo tenho feito displicente,
Eu vou pagar tributo a toda gente,
Pois encontrei sossego para as dores.
A Deus, que está nos Céus, vou escrever,
Pedindo que abençoe os meus irmãos,
E não vou fazer isso por dever,
Mas por sentir que os rogos não são vãos.
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