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Poesias-->História inquietante -- 08/04/2004 - 21:33 (Isaias Zuza Junior) |
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A moça falava de tudo o que desejava saber do moço
com os olhos atentos, com os sussuros das feras, urros
e ambos eram só nada, eram só saber não sei, amavam
do mesmo modo como amam os animais, e aquietavam
parecendo o silêncio dos que morrem e dos que vão ao
longe, em fuga, disparados seus corações como a corça.
Depois do sol foram aos seus lados, e morriam de arrependor
e morriam de olhar para seus corpos e arder de tocar fraco e
leve no pouco que ficavam apenas o que nunca queriam saber
– a saudade, a palavra que não era amor, que não era boca e
não era hoje, e não era agora, e era choro e olhos tristes seus –
e, assim, um procurava do outro a vontade de ter o outro, e em si.
A moça, de olhos grandes.; o moço, procurando para quê olhava ela
quando, para onde lugar olhava ele, ver o que tinha a moça de ver
como se fosse entender que amor era o seu, da moça de olhos grandes.
O moço, de inventares longos.; a moça, de segredos e pouco falador
do que era antes de ser no sonho do moço a asa e a cor pousada no ombro
depois do seu casulo, como fosse nada saber o moço d’antes se conhecerem.
E a moça não mais foi vista, e moço não mais foi encontrado
parecendo o tempo longo demais, e a espera desencontrada,
a paciência sem razão, como não produzisse fé, que o moço
amava a moça, que a moça desejava o moço, e ambos eram só
desespero, e vontade de conclusão, e ânsia, e mais de lentidão
perante os olhos seus, como algo devagar, e formasse daí fúria...
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