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Poesias-->SONETO DA VIOLÊNCIA -- 13/04/2004 - 10:15 (MARIA HILDA DE J. ALÃO) |
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SONETO DA VIOLÊNCIA
Maria Hilda de J. Alão.
Este país tem um povo irritado
Vivendo triste carma tenebroso
De andar em procissão, lado a lado,
Levando mais um para o nebuloso
Sete palmos, na horizontal deitado,
Vítima de um poder asqueroso
De olhos atentos em cada telhado
Fazendo da vida inferno brumoso,
Ardendo como seca acha de lenha.
Os gritos ecoam em voz roufenha
Saídos de bocas de maus odores
Que cantam metralhada canção forte,
Escrita nas partituras da morte
Com violentas notas de muitas dores.
II
A justiça treme e fica quieta
Enquanto a hecatombe vem descendo,
Crescendo nas sombras ela se projeta
E a insegurança a todos vai trazendo.
E circula essa multidão abjeta,
Tange o povo com cutelo horrendo,
O poder, passivo, não se inquieta,
Pois, dessa peleja quer sair correndo...
Canta de galo se tempos passados,
Houve atraso de impostos antiquados,
Ferra-nos com alíquota escorchante
Tirando de nós a parca graninha.
Pobre, supremamente incompetente,
Não barra a violência que se aninha.
13/04/04.
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