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Poesias-->Sem tempo -- 22/05/2004 - 11:50 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos














Sem tempo











Há um velho

Sentado

Cansado

De tentar acompanhar um tempo

Que não tem tempo

Para quem anda devagar.

Há aquele olhar

De quem olha para trás

Porque atrás está a vida

O futuro já o viveu.

Um velho sonha no passado

Sonha num tempo em que ria

Brincava

Havia ternura, carinho

Gestos que eram de amor.

Um velho anda curvado

Porque guarda em si uma história

Uma vida, toda a memória.

E curvado, fecha o corpo

E curvado guarda o tempo

Fecha-se para nada perder

Nada esquecer, tudo guardar.

Há um velho

Sentado curvado

Olhar triste e cansado

Com uma história para contar

Antes que o tempo se acabe

Antes que o tempo o apanhe.

Há um velho num banco de jardim.

Há um banco de jardim

Quase vazio…







ft-NET/a.d.













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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites



dacunha_jp@hotmail.com













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