Sem tempo
Há um velho
Sentado
Cansado
De tentar acompanhar um tempo
Que não tem tempo
Para quem anda devagar.
Há aquele olhar
De quem olha para trás
Porque atrás está a vida
O futuro já o viveu.
Um velho sonha no passado
Sonha num tempo em que ria
Brincava
Havia ternura, carinho
Gestos que eram de amor.
Um velho anda curvado
Porque guarda em si uma história
Uma vida, toda a memória.
E curvado, fecha o corpo
E curvado guarda o tempo
Fecha-se para nada perder
Nada esquecer, tudo guardar.
Há um velho
Sentado curvado
Olhar triste e cansado
Com uma história para contar
Antes que o tempo se acabe
Antes que o tempo o apanhe.
Há um velho num banco de jardim.
Há um banco de jardim
Quase vazio…
ft-NET/a.d.
Visite a minha página clicando aqui
CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
dacunha_jp@hotmail.com |