Do espelho de nossa existência contemplamos a dor e o prazer . . . não chamaria de real, mas sim de nossa própria verdade . . .
Me diga como torná-la pura, meu amigo, neste universo de emoções complexas o que afinal é real?
Da estática e do cinza que ignoro . . . tu me alertas e me tráz de volta ao simples “fato puro” . . . apontando a ironia da poesia que existe em meu olhar.
Mas o que existe através, e o que existe além? O que você, que é o sol deste eclipse, pode ver deste angulo?
Me vejo refletida em meio a um céu de estrelas que não podemos contar, as quais toco, das quais gosto, as quais muitas vezes me queimam no bom e no mau sentido. . .
Digo que os sentidos não existem do outro lado do espelho, mas por que buscamos tanto em alimentá-los aqui? E assim ocupar a mente, deleitar-se e emergir em fantasias. . .e depois ainda mais vazio?
Sabe, já não importa mais. . . além da inspiração. . . além do momento antes e do momento que se aproxima e chega perto, perto. Não quero nada e não preciso de nada, além destas paredes e deste chão que me deito, para contemplar seu puro olhar sem tentar defini-lo, apenas olhar. . . tocando sem tocar, chorando sem chorar, beijando sem beijar. . . sentido sem se escravizar, quando você me conduz ao real, meu querido.