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Poesias-->Mampituba -- 16/06/2004 - 14:59 (Sirlei ) |
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Mampituba
De cá, moça bonita
Vestida de chita
0lhar de catita
De lá, moço trigueiro
Barqueiro
De olhar matreiro
De cá, desejos de liberdade
Há muito amarrados
Com os fios dourados da tradição
De lá, promessa enfeitiça
A moça bonita, com olhar de catita
Com dedos delicados
Desfaz-se do dourado e firme pisa o chão
Dobrado ao meio,
Como mãos em prece
As margens coladas
Tudo encanta...
Do dourado fez fita
E ainda mais bonita
Em terras estrangeiras
Somam dois: barqueiro e catita
Sob o luar de outono
Ele se fez seu dono
Com delicadeza, desatou a fita
E a moça bonita, olhar de catita
Em mulher transformou
Contam os duendes e as fadas
Que no regresso não veio só
Nas mãos trouxe poesia em sementes
E mesmo tiritando de frio os dentes
Salpicava pelo chão
Mas, mais que a chama, a realidade
Aos olhos da mulher bonita
Já não encantam as fitas
De rosto colado aos joelhos, abraçada
Pensa no barqueiro que ficou do outro lado
Hoje, aquele que duvida
Se covarde não for
Que faça a prova
Nas noites de outono
- como a noite em que se fez seu dono -
Pode-se ouvir um lamento
De branco vestida
Nas mãos, fitas
Retalhos de chita...
No olhar, nem sombra de catita
De si exilada, fantasmada
Ela caminha só
Às margens do Mampituba
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