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Poesias-->O corpo -- 16/06/2004 - 20:42 (Clodoaldo Turcato) |
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Considere o corpo a fatiota
Uma boa fatiota, é claro
Veja que a nobre vestimenta
De panos finos ou retalhos
Dá ao vestido ares de nobreza
Faz-se alvo, respeitável – dono de si
Ninguém dúvida da índole
De quem veste uma fatiota
Sempre é um cidadão de bem
E talha-se por tolo quem disser o contrário
_ Vejam aquele homem! Da fatiota.
A fatiota esconde o corpo
Como este esconde a alma
Por baixo dos panos
Há um corpo humano
E por humano, entende-se falho
Alguns cheiram aromas finos
Outros exalam odor forte, fétido
Para descobrir é necessário aproximação
Intimidade a ponto de cheira-los
“E bota intimidade nisso”
Então temos que cheirar uma alma
É ainda pior
Pois todos temos um corpo
Ao contrário da fatiota
Veste de pouca gente
Exige um grau de perspicácia maior
Extremamente apurado, divino
Pois vejam que o corpo revela o externo
Assim é seguro imaginar
Que mesmo num corpo feio
Haveria uma alma nobre
E vice-versa
Se para a fatiota basta abrir alguns botões
Aspirar uma única vez
E dir-se-á: Está fedendo, hum!
Para a alma não ocorre assim
Embora a alma tenha seus botões
Que o tempo os abre e põe-na à mostra
Casos há de que isso é breve
Afinal, já se nasce com a tendência
E logo que a infância vai embora
O homem se apresenta todo
Outras almas se revelam tardias
Ofuscando, por tempo indeterminado
Seu modo de ser
Há casos em que jamais deflora
Esconde-se a vida toda
De toda sorte
Mesmo com todas minhas ponderações
E a quase conclusão
De que a comparação é imprópria
Inadequada, em nada parecido
Admita, caro leitor:
Ao ver um homem de fatiota
Inevitavelmente pensas:
“Por baixo há um corpo. Como será?”
O mesmo que penso quando vejo um corpo
“ Por baixo há uma alma. Como será?”
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