Usina de Letras
Usina de Letras
206 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62742 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22561)
Discursos (3245)
Ensaios - (10531)
Erótico (13585)
Frases (51128)
Humor (20112)
Infantil (5540)
Infanto Juvenil (4863)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141061)
Redação (3339)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6293)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Lua de setembro -- 18/06/2004 - 18:51 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lua de setembro

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Sinto saudades de um setembro,

qualquer setembro ainda não vivido.

Tenho remorsos porque ainda estou aqui.

Sinto não estar na lua que sonhei pra ti.



Quero respingos de chuva na primavera,

molhar meus pés na sarjeta de uma ruela,

e nas vertentes dos crepúsculos.

Quero sentar numa pinguela

e contemplar a lua num distante setembro.



Sinto saudades dos dias que não lembro,

e que esqueci por não tê-lo sofrido.

Quero o mês com dias finitos

para vê-los, tê-los, acariciá-los,

todos os dias e noites de setembro.



Não quero águas de março

e nem os sóis de maio.

Não quero o “carná de feverê”.

Quero as luas de setembro.



Sinto saudades de todos os meses de setembro.

Preciso de uma lua cheia envolta em mistério,

quero o uivo da loba numa sinistra meia-noite.

Quero o pulo da gata num facho de lua nova.



Quando caminho pela relva

em trilhas que nunca andei,

em terras que jamais pisei,

irei ao encontro de novas cascatas,

das cachoeiras de luas sensatas

que certamente virão com a primavera,

quando findar o vento sul de julho.



Não quero resquícios de águas,

quero torrentes de luas.

Não quero panos quentes,

quero tapetes encardidos de vida.

Não quero pratos limpos,

quero uma louça a ser lavada

nas chuvaradas de setembro.

Não quero o desgosto de agosto

e nem a lua de outubro.

Resisto! Insisto! Persisto!

Eu quero um luar cheio de setembro.



Deixei distante um abril malcriado

para ter um setembro completo,

robusto, forte e enérgico.

Um setembro cândido e bondoso.

Pode ser qualquer dia de setembro,

25, 26, 27 ou 28, em qualquer lua,

mas que seja tua,

assim verei na futura primavera

as luas então nunca vistas,

luas em forma de rosas.

Rosas da Estação Lua.



Sonho com as flores de setembro

e com um cálice de vinho tinto.

Rubro como uma rosa, leve como a lua,

fino como a cascata.

Eu quero setembro sorrindo.



Sinto saudades da lua,

da tua lua do teu setembro não vivido.

Preciso de um setembro florido.



Quero flores nesse mês distante,

ver-te bela e assanhada,

ver a noite enluarada.

iluminando tua face serena.

Quero tudo aos poucos.

Rosar-me ao tê-la.

Setembrar-me ao vê-la.

Quero respirar o teu orvalho

e encostar meu corpo

no calor de tua pele morena.



A lua é pequena para momentos assim,

mas se o setembro for inteiro

e terminar sem mim,

quero o reflexo da lua na noite de um rio.

Aí sim,

quero abraçar a lua de um Rio de Janeiro.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui