Nada melhor para acelerar o tempo do que fazer algo interessante. O vilão passa e nós nem percebemos.
Foi o que me aconteceu com a canjica: deixei-a de molho, pela manhã e acabei por esquecê-la em cima da pia. Daí, veio aquele desejo de saboreá-la e ela crua!
Como se sabe, demora cerca de 90 minutos para ficar macia. Por isso, vali-me da Internet. Não há nada que acelere mais o tempo do que explorar sites ou ler gente da Usina, onde sempre as novidades se apresentam, sejam hilárias, drásticas, melodramáticas ou coisas sérias.
Este autor, mais afeito a flashes humorísticos, vez por outra, me surpreende com suas “bombas poéticas”... Sim, a expressão é perfeita: bomba, pois faz que uma explosão interior se faça no peito, lá onde aquela bomba vital nunca se cansa de bater...
Pedro fala de um “Rafael menino”. Não lhe identifica o grau de parentesco, mas isso não importa.; pois a POESIA com que consegue descrever Rafael, faz-nos vislumbrar um Anjo...
Mas, eu queria dizer, mesmo, é que depois de ler o poema, a canjica perdeu a importância... Mesmo porque, já é tarde para comer canjica. Fica para amanhã.
Mas, antes, quero dizer-lhes que nunca li poema tão belo:
AOS OLHOS DE UM MENINO
SILÊNCIO é quando
luz e sombra se esquecem
e, quieta em seu leito,
a natureza se deita
aos olhos de um menino.
ESCURIDÃO é quando
luz e sombra se aquecem
e, quente em seu manto,
o silêncio espreita
aos olhos de um menino.
NATUREZA é quando
breu e silêncio se tecem
e, no cio do mundo,
a vida se enfeita,
aos olhos de um menino.
ZPA
Em tempo:
Momento lindo, também, foi quando, no jogo de
Portugal x Grécia, o jogador grego que fez o gol da vitória, levantou a camisa e mostrou uma outra, onde se podia ver o rosto de um menino... Contrastando, esta cena tão singela, com o estupor maluco que invadiu o campo, num desvario animalesco...