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Poesias-->O Vinho -- 02/11/2000 - 08:58 (Erbon Elbsocaierbe de Araújo) |
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Eu sozinho,
E o vinho.
Ninguém me olha.;
P’ra ninguém eu olho.
P’ra o que me cerca,
O desprezo.; a indiferença.
A luz que inda pouco via,
Ao entardecer, e assistia,
Trouxe-me às sombras.;
E mergulhei na sombra.
Me as mãos tremem,
Minhas mãos tremem,
Como sempre,
Me faz tremer a sombra.
Um doce em volta, só:
- O vinho.
Sorvo aos goles
A doçura única em volta,
Como se tua língua fosse,
Úmida e doce
Qual o vinho, e amarga.
Ao mesmo tempo amarga.
Ah, luz envolta em
O que quer que queira
Não sei.; não vejo.
Somente o reflexo, donde...
Numa taça de vinho, passiva,
E branca, e branca
Tal o vinho que é branco, e
Escurece mais a minha sombra.
Silencio o que sinto.;
O que me aflige, o grito:
- O silêncio de esta hora.
O vinho transmudado, doce,
Em fel. – E agora...
Amei-te em cada gole,
Em cada sorvo.;
E como em tuas ninfas, e
Boca, e lábio, e face,
Lambi a taça.;
Num impulso nervoso
Engoli o vinho, todo.;
Engoli o vinho, tonto,
Loucamente. |
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