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Poesias-->SEM NÓS E SEM VOZ -- 20/07/2004 - 18:35 (Tereza da Praia) |
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SEM NÓS E SEM VOZ
"A Mente é a grande assassina do Real. Que o discípulo mate o assassino." (Helena Blavatsky)
Tereza da Praia
Será que ainda vou amar outra vez?
Será que quando nascemos
Já está prevista a cota certa de amores,
feito peças de um jogo de xadrez,
Não... Eu não estou falando do amor maternal,
de irmãos fraternos, filial ou paternal.
Este amor é dádiva infinita e sempre se renova.
Falo do amor-tesão-admiração-amizade-cumplicidade.
O amor carne, que faz o corpo queimar de desejo.
Faz nascer forças em franco desconcerto, renova
Feito vinho, que escaldasse o sangue.
Sobre este amor que penso agora em lampejos
Ofuscantes de uma mente exangue.
Este amor, que senti-lo, me faz falta.
Para mim, tanto faz que seja “o verdadeiro”
Ou o “mentiroso”, mas que me deixe na ribalta.
É o que é vital, é essencial, é necessário.
Será que esgotei minhas chances de amar?
Com este pensamento esbarro num buraco escuro.
Uma caverna cheia de sombras, nada a enxergar.
Entro na caverna, fico quieta, me enclausuro.
Soltas as amarras, defeitos os nós,
Sem canto triste e sem rouca voz,
Pensando sobre este pensamento:
Morrer sem amar novamente.
Seria este o fruto da semente do futuro
De um embrião que prometia tantas maravilhas
Mil flores multicores, pintadas na tela
De campos imaginários, que se faziam trilhas.
Quanto mais penso na impossibilidade de amar novamente,
Mas a caverna fica fria e úmida, malevolente.
Um calafrio percorre-me o corpo penitente,
Quero a antiga visão da profunda e dolorida
Razão de ser da vida.
Tereza da Praia
Série: Cenas Insanas
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