É uma tarde sonolenta e triste. O sol, lá fora, tenta se desprender das nuvens que o impedem de sair e apreciar o espetáculo que o mundo encena.
Eu penso que lá nas alturas ele também deve estar como eu. Solitário em meio às miríades de estrelas que o circundam.
Que se pode fazer numa tarde assim, quando a tristeza se agasalha na alma que chora a saudade imensa de alguém distante...
Que se pode fazer num dia assim, quando a nostalgia das lembranças, qual miríades outras de estrelas resplandecentes que povoam o céu do pensamento também encobrem o sol da alma em desencanto....
Saudade, lembrança e desalento,
minuto irreal, cortante, veloz qual o vento,
que tem o poder de viajar pelo tempo,
levar aos confins da imaginação
a mais doce e sublima sensação,
de ter o mundo num momento...
Quando as lembranças são tantas, quando a saudade acorrenta a alma errante,
somente os versos que acalentam o Vate, podem suprir as amarguras da Musa distante.
Nessas tardes, é isso que se pode fazer. É o que eu faço olhando a tua imagem e sentindo a solidão de tua ausência.