Vê-la caminhar fecundando o chão, fazendo sorrir as folhas do limoeiro, descer pelos galhos do abacateiro, dar uma pausa e recomeçar num verdadeiro aguaçeiro.
Eu quero sentir a chuva se apossando do meu corpo,me estigando a brincar no lamaçal feito criança inocente, que vive e que sente a vida como ela é.
Embalado por essa sinfonia, dançar com as árvores, cantar com os pássaros, cricrilar com os grilos,valsar com o vento, garritar, garritar...falar com as flores aprendendo a dizer meu amor.
É a chuva...
É a chuva caindo no terreiro, devolvendo ao dia ferido toda a fertilidade, a esperança e a necessidade, que a gente precisa para esperar pelo amanhã.
É chuva no vidro da janela, é chuva na grade, no muro da cidade...é chuva chovendo,essa é a divindade.
O vôo da simplicidade trazendo de volta toda a vitalidade, que a alma precisa para reinventar o respeito natural a essa sociedade.