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Poesias-->pelo lirismo -- 25/07/2004 - 20:45 (maria da graça ferraz) |
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Pelo lirismo
mdagraça ferraz
Quero dizer-te,
Ó mulher que tudo sabe -
que de nada vale
mergulhares nos abismos
profundos - como tu alardeias,
à teu favor, esta tua coragem,
tua invejável cultura,
se não fores capaz
de escalar um grão de arroz
Os maiores sábios
que passam pela humanidade
choram diante da flor que nasce
com a mesma galhardia
com que empunham uma espada
Quero dizer-te,
Ó mulher que tudo sabe-
que é preferível a fraqueza,
esta, que tanto desprezas,
à tua tola vaidade
Definiste o Lirismo poético
como algo hilariante e barato
necessário ao rebanho saltitante
Ó mulher que tudo sabe,
vejo-te rires com menoscabo,
pobre de ti, nunca foste amada, ó triste,
pois se tudo tu sabes, já nada sentes
Possuis o coração contraído,
duro e indiferente
E que o mundo sobreviva
à esta gente que sabe tudo
sem valia nenhuma
Observa, Ó mulher que tudo sabe:
As águas mansas e claras
arredondam as pedras
O raio de luar vela
em silêncio a magra terra
Há doçura na lágrima
que rola solitária
Ó mulher que tudo sabe
Cujos pés empurram
flores às margens
E que tomas o fruto
da boca ávida redonda
Pois tu quebras
os brinquedos do mundo
Quero que tu saibas
que és do teu saber, uma escrava
Quero que tu saibas,
que teu grande saber não
passa de uma ilusão
A mais trágica
A mais ignorante
A mais perigosa
Pois o saber precioso
nada pretende
nunca enfurece-se
não agride
Humilde - percorre
o mundo
e poucos o enxergam
ou escutam
o tic tac
de suas sandálias
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