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Poesias-->Dois sonetos alexandrinos de meu pai -- 27/07/2004 - 23:56 (Geraldo Lyra) |
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O FERREIRO
A malhar na bigorna o ferro incandescente,
A viver entre cinza e carvão e cascalho,
O mísero ferreiro arranja honradamente
O necessário à vida em seu rude trabalho.
No calor da oficina ele às vezes se sente
Um pobre desgraçado, o mais vil rebotalho,
Mas, vencida a tristeza, ei-lo alegre, contente
E cantando e sorrindo, empunhando o seu malho.
Quando às tardes retorna ao seu lar bem amado,
À casinha de palha onde tudo é simpleza
Ele abraça a família e, feliz, confortado,
Nem se lembra se existe a fortuna, a riqueza,
Mas somente o trabalho, o labor muito honrado
De quem vive altaneiro, afrontando a pobreza.
Severino Lyra
O MAGISTRADO
Recua o touro bravo, o jaguar, a pantera,
Da luta encarniçada à luz branca da lua,
Recua o malfeitor, assombrado da espera,
Porém o magistrado, o juiz, não recua.
A lei, seu evangelho, em sua mente impera,
Agir com retidão eis a vontade sua,
Repele as honrarias, nunca desespera,
Não tolera se as leis alguém as desvirtua.
É de todas as classes plena garantia,
Quem à porta lhe bate expressando a verdade
Vê surgir a vitória em prol do que porfia.
Vacila, treme e tomba a seus pés a maldade,
Bem como a prepotência, a negra tirania,
Defensor que é da paz, do bem, da liberdade.
Severino Lyra
OBS. Em homenagem ao meu saudoso pai, neste Dia dos Pais que se aproxima. Geraldo Lyra |
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