ECOS DO SILÊNCIO
Todos os seres, por natureza, são buddhas,
Assim como o gelo, por natureza, é água.;
Fora da água, não há gelo,
Fora dos seres, não há buddhas.
É triste que as pessoas ignorem a verdade tão próxima
E a procurem tão longe.;
Como alguém chorando de sede no meio d água,
Como a criança de um lar rico vagando entre os mendigos.
Perdidos nos caminhos obscuros da ignorância,
Vagamos pelos seis mundos,
De um caminho escuro para outro.;
Quando nos libertaremos do nascimento e da morte?
Por isso, a meditação do Mahayana merece o louvor mais elevado.
A generosidade, a ética e todas as outras perfeições,
Assim como a repetição, o arrependimento e o treinamento,
Tudo isso tem sua fonte no Zazen.
O mérito daqueles que praticam a meditação,
mesmo que apenas uma vez,
Purifica os incontáveis erros praticados no passado sem início.;
Então, onde estão todos os caminhos obscuros?
A própria terra pura não está distante.
Aqueles que ouvirem esta verdade, mesmo que apenas uma vez,
E a ouvirem com um coração de humildade,
Estimando-a, reverenciando-a,
Obeterão méritos sem fim.
Ainda mais, aqueles que se dedicam
E realizam a própria natureza ¿
A própria natureza que é a não-natureza ¿
Vão muito além dos meros conceitos.
Aqui, causa e efeito são o mesmo, o caminho não é dois nem três.;
Com a forma da não-forma, indo e vindo, nunca estamos perdidos.
Com o pensamento do não-pensamento,
Cantos e danças são a voz do Dharma.
Ilimitado e livre é o céu do samadhi,
brilhante é a lua cheia das quatro sabedorias.;
Realmente, o que está perdido agora?
O Nirvana está bem aqui, diante de nossos olhos,
Este próprio lugar é a Terra do Lótus,
este próprio corpo é o Buddha.
texto de Hakuin Zenji/1689-1789
produção:CARLOS CUNHA
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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
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