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Poesias-->Como vou te querer -- 03/08/2004 - 19:21 (Rodolfo Araújo) |
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Tua carne, procuro pelos ares
Cinzas da cidade impura
Vasculho as saídas de concreto
Fontes túrgidas de agrura
Procuro-te nos olhos do menino esperto
E nas mãos estendidas da amargura
Acaricio as folhas do parque ermo
A buscar uma flor que teu rosto lembre
Ausência febril, põe-me enfermo
Gotejando lágrimas loucas pelo sempre
Os lençóis esparsos esperam tuas linhas
Para que tuas medidas sejam minhas
Sorrindo com os lábios em beijos tristes
Medo que se transmuta em alegria
Teu desespero tão flagrante
No instante em que me vês adiante
Dá-me força para andar
Os gemidos combalidos
Anoiteceram indolentes
Das profundezas, dos respiros
Brotamos juntos em nascente
Tua pele, tão secreta
Na iminência esteve de amar
Vazio perene das tuas cores
Punhal que sangra ao limiar
Queria eu te confessar um dia
O quanto faço pela Lua
Para que chovam mais estrelas
Selando o fim de minha dor
E a trilha vil da dura luta
A superfície de tuas faces
São rosas límpidas, o ardor
Fulminam meus sonhos soturnos
Rememorando o sabor de teu amor
Volta, tão longa é a espera
Transforma em fato a quimera
Em desejo pleno a cena incerta
Em fogo eterno a ferida aberta
Tempo abstrato e inclemente
Do coração não te faz ausente
Tua árdua presença imponente
Será, em grinalda e véu,
Minha mulher, minha razão
O norte da existência
Em todos as direções
Meu céu
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