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Poesias-->O Declínio Da Noite -- 09/09/2004 - 10:18 (Anderson Christofoletti) |
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O Declínio Da Noite
O sol se põe – fogo inverso –
Cai a tarde na entressafra de vocábulos
Jamais semeados.
Uma folha morta me diz
Que mesmo para os sonhos
Há o impossível.
A poesia me resta,
Mas hoje
Nem a poesia me basta...
Agarro-me aos pedaços de memória
Que consigo colher das tréguas
Que a saudade me concede.
Cada fragmento porta um sentimento.;
Um momento de sublime encanto,
De amanhecer em meio ao pranto.;
Uma lembrança incandescente
Que açoita meu peito,
Embarga minha voz
E inunda meus olhos
Com o reflexo da saudade.
Nestes dias em que a marca de suas lágrimas tecem
Palavras de dor em meu peito
E a memória de seus dedos desfiam pétalas
De diálogos desnecessários ,
Queria poder sentir a superfície de suas mãos
Ungindo minha alma de uma segurança que finjo não precisar
E da alquimia que você desconhece
E que nos domina ao me tocar.
Queria poder sentir a certeza de tê-la em meus braços,
De saciar meus cansaços
Sem ceifar sonhos , sem celas ,
Sem promessas,
Sem servos ou donos,
Sem intenções gastas ou certas,
Sem palavras desertas...
É...
Mas a tarde parece carregar uma infinita ausência .
©Anderson Christofoletti
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