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Poesias-->Esperando a vida -- 10/09/2004 - 21:04 (Lizete Abrahão) |
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Esperando a vida
Lizete Abrahão
Um frenesi arrepiou minhas entranhas
Fui como nau perdida que aportou,
Dormente do sol que em mim se esgotou,
Em cálida baía de águas estranhas
Parou ali o barco e, fosse por encanto,
Preguiça, magia, ou por esquecimento,
Não mais balançou...Ou fosse porque o vento
Propício faltou para soprar meu manto...
Frente ao porto vislumbrei uma ilusão
Descia flutuando em nuvens cor-de-rosa
Envolta em véus de seda a mais preciosa
Bordada de platina e solo de violão
Rendas e filigranas a debruar-lhe a beira
Mais parecia uma lenda de amor alada
Em carícias de âmbar toda perfumada
Num transbordar de sol e de lua faceira
Minha alma caiu ao chão entregue, nua,
Diante da tremulante e nebulosa imagem,
Entre o cristal e o anil, deitei na miragem,
Sem poder recolher minh alma na rua .
Ah! Mas de enlevo imenso foi meu destino,
Minha febre e meu sono, sem meu escudo,
De eternas fugas foram sonhos de veludo
E o amor brincou brinquedo de menino
Sobre ele escrevi meus poemas prateados
Com cores vivas, buscando-lhe os traços.
Sobre ele descansei os meus abraços,
Sem perceber as horas e os dias soados,
O tempo passou em célere corrida
Foi-se...ele não mais veio ter comigo
Hoje, a saudade já nem me é castigo
No porto dos sonhos eu espero a vida
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