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Poesias-->Tu me deste as estrelas -- 10/09/2004 - 21:28 (Lizete Abrahão) |
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Tu me deste as estrelas
Lizete Abrahão
À minha volta, sem começo ou fim, o mundo...
Tolhido em solidão, ia-me em dias descarnados
Um céu parado fazia minhas noites sem fundo
E as manhãs feitas névoa sobre os descampados
Andava no marasmo do sem desvio ou rotas
Com o sono da noite a palpebrar-me os olhos
Não havia searas, apenas poeira e grotas
Nas distâncias sem fim entre ermos e escolhos
Para todos os lados o tudo, o mesmo
Para todos os lados, o raso e o deserto
Meus olhos cansados de tanto olhar a esmo
Apenas pela razão se faziam despertos
Neblinas a cobrir-me até em dia de lume
Esbranquiçavam meu céu sem piedade
Todos os dias, subia aos íngremes cumes
A ver se morria ou corria dessa saudade
Léguas e léguas do meu olhar moribundo,
Todos os dias assim...vendo se aquela aurora
Que ainda dormia do outro lado do mundo
Tornaria à noite levando a insônia embora
No fundo de um riacho doido de solidão
Vi, um dia,brilharem pontos de luz pequeninos
E a maré comprida, de doce mansidão
Subiu e cobriu aqueles vales meninos
As planuras, desdobradas em estrelas,
Que sonhavam ser do céu o meu verso
Fizeram-se miríades para que ao vê-las
Eu descesse à terra, subisse ao universo
Duas lágrimas caíram sobre aquele mar
Brilharam e diluiram-se em teu carinho
Foste tu, agora eu sei, que ao me amar
Espargiste teus astros sobre meu caminho
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