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Poesias-->Lua negra, lua branca -- 07/11/2000 - 18:18 (Ayra on) |
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Há, em mim, uma fagulha rubra.
Fagulha de vida.
E, em meu peito, há uma janela,
Onde a prostituta se oferece.
Brilha o luzeiro
Avermelhando as tetas por cima.
Há, em mim, uma fagulha alva.
Fagulha de vida.
E sob um vitral multicor
Repousa um templo de paz.
Nele uma virgem abençoada,
De joelhos e de branco, roga por mim.
O que os olhos enxergam, lá fora,
A puta e a senhora enfeitam, aqui dentro.
Ora ruboriza, de pudor, a puta.;
Ora excita, de desejos, a imaculada.
Poucos são os momentos verdadeiros...
(E a rapariga faz festejo aos marinheiros.)
Ela a gozar seu contento.
Eu vomito o nojo de mim.
Poucos, são esses momentos de paz...
A madona regozija de fé, iluminada, toda .
Ela toca sua face ao frio gesso da imagem.
Eu vomito a hipocrisia.
A decaída e a bondosa
Tocam-se de jeito luxurio.
Irmãs, beijam-se o beijo do incesto.
Delas sou um trepar lascivo.
A gloriosa e a meretriz demônia,
De joelhos, as duas, em cerimônia.
De mãos postas, olhos de júbilo,
Oram e agradecem.
Sou suas orações.
Em comunhão, a depravada escuta
O orar da virtuosa puta.
Em comunhão, a vitoriosa olha admirada
O coito sujo da safada honrada...
Eu estou em paz.
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