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Poesias-->Carne crua -- 08/11/2000 - 02:08 (Georgina Albuquerque) |
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Mergulhei num belo sonho
com contornos dantescos.
– triste sina!...diria eu um dia,
hoje não mais...
Os anjos das trombetas
sempre alheios à minha vida morna,
exaltaram-se com a insegurança dos cadeados
– estarão assim tão frágeis?
Por trás das nuvens escuras,
onde pressentia o inferno,
estão os contornos humanos
e finalmente os reconheço em mim.
Nua, gosto do meu corpo fresco,
belas coxas, prazerosos seios.
e a liberdade quase plena,
crua como a carne da presa
que se desvencilha,
exausta e poderosa
– viva por um triz!...
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