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Poesias-->PILATOS -- 08/11/2004 - 06:22 (Armando A. C. Garcia) |
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Número do Registro de Direito Autoral:131005772101618000 |
PILATOS
Como Pilatos que as mãos lavando desce
De soberbos aposentos ao átrio
Ao julgar o estranho se compadece....
Negando a sentença no solo pátrio.
Assim, da opinião de todos fez verdade
Porque seu conselho agora desfalece
Ante a ira, negras fúrias, tempestade
Dos algozes, das injúrias, o feito cresce!
Mais lhe convinha a natural fidelidade
Dos romanos e dos judeus por igualdade.
Absolver o inocente é deslealdade
Assim, lavou as mãos... por caridade,
Para o furor de seu povo acalmar
E não sentir-se desonrado com seu feito
Suas mãos lavou num gesto singular
Sem proferir a sentença de direito
Omissão que nega a fé e o amor à arte
Nenhum respeito, só fraqueza demonstrou
Tendo sido comentado em toda a parte
Tão voraz como a turba que o acusou
Num julgamento, deitadas suas sortes
Mandou soltar, por Cristo, o Barrabás
As ondas da maldade foram mais fortes
Que sua vontade firme e patamaz.
Enquanto no mundo as mãos se lavarem
Lavando com elas as nossas consciências
Será Ele imolado e soltos os párias
Levando ao errado a nossa indulgência.
Pilatos lavou as mãos mas deixou o Cristo
Ser trocado por Barrabás o malfeitor
Procedimento indouto e característico
De quem foi complacente com o pior.
Patamaz - idiota
São Paulo, 06/11 2004
Armando A. C. Garcia
Leiam - Ofensa Sagrada
E-mail: armandoacgarcia@superig.com.br
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