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Poesias-->Sombras e Medo -- 22/11/2004 - 05:05 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Agrestes panos

que roçam sua

pele alva.



Rútilas dobras

escarniçadas

de sombras e

medos.



Frágil mesa de

cobre que guarda

o corpo imóvel.



A data,não sei,

o dia, menos,

sei que foi à noite

noite...

dos desesperados.



Quando,de longe,

vi seu corpo

comiserado pelo nada,

acreditei,

por obra da

rotina.



Era você,

viva e morta,

nos braços

de alguém.



Agora, sem mais

abraços,

beijos,

adornos de carinho.



Mas se olhar

para alguma estrela

certamente vai vê-la

certamente...



E com outro sol,

pargeada de homens,

que vêm e vão,

mas não deixam nada,

ou dançam na poeira

da hora vazia.
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